quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Animais abandonados: o que fazer?

Animais abandonados: o que fazer?

            É fato que existem muitos animais abandonados nas ruas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, no ano de 2013 existiam cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros abandonados, isso somente no Brasil, colocando em risco a saúde animal e da população.
Muitas vezes chegamos a acreditar que essa situação fugiu de nosso controle e que não podemos fazer mais nada para solucionar o problema. Porém, todo esforço é válido, e para quem luta por essa causa, um animalzinho a menos nas ruas, se torna uma grande vitória. 
O Centro de Zoonoses, por exemplo, instituição do governo, é o principal responsável pelo controle de animais domésticos. Além do resgate e adoções, promove tratamentos, como a castração, tendo a saúde pública como objetivo. Mas a capacidade do Centro já se encontra em superlotação, o que dificulta ainda mais suas ações.
Graças a trabalhos de ONGs (organizações não governamentais), ainda assim é possível ajudar. Como a ONG Clube dos Vira-Latas, situada na cidade de Ribeirão Pires (SP), que atende a chamados, promove campanhas de vacinação e conscientização ao público, tratamentos veterinários e cirúrgicos, e, além disso, disponibiliza abrigos para cães sem lares.
O mais importante, acima de tudo, é não ignorarmos a situação em que esses animais se encontram, e buscarmos alguma forma de ajudar. Afinal, sejam cães ou, sejam gatos, todos deveriam ser os melhores amigos do homem.

Thais Fernandes, estudante de Jornalismo.

Fontes:
Portal da Band
Controle de Zoonoses
Clube dos Vira-Latas

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Queremos uma sociedade de paz.                                                        
Resposta ao Editorial do Jornal Nacional da TV Lobo, dia 10/02/2014
A mídia brasileira está esbravejando contra o s rapaz que jogou o rojão que matou o cinegrafista da TV Band Santiago Ilídio Andrade, no dia 06/02/2014, em uma justa manifestação popular contra o aumento do preço das passagens de ônibus no Rio de Janeiro. A mídia está tentando vender a idéia de que a violência que levou Santiago à morte aos 49 anos é a maior e pior violência que acontece no Brasil. Ledo engano. Mentira! Querem continuar com uma cortina de fumaça que impeça o povo de ver muitas outras violências execráveis.
Mas… Primeiro, nossa solidariedade à esposa de Santiago, à filha, aos seus parentes e amigos. Segundo, lamentável um trabalhador honesto, gente boa, ter sido vitimado no exercício de sua profissão. Terceiro, alardear que “manifestação é direito de todos, mas deve ser sempre pacífica” é, na prática, defender o status que opressor. É sabido que “manifestação pacífica” não faz nem cócegas nos detentores dos podres
Faremos referência a doze outros tipos de violência. Poderíamos citar muitas outras, mas para a lista não ficar muito grande, citaremos doze apenas, abaixo.
1) Violência do latifúndio e dos latifundiários, que seqüestram a terra em poucas mãos gananciosas, expulsam o povo camponês para as periferias das cidades.
2) Violência do agronegócio que, com uso indiscriminado de agrotóxico envenena a comida do povo brasileiro, gera “epidemia” de câncer, submete milhares de trabalhadores a situação análoga à de escravidão, devasta o ambiente, a biodiversidade.
3) Violência da democracia representativa que, via de regra, elege e reelege os representantes do poder econômico e privatizam os recursos públicos deixando na miséria o povo submetido à via cruzes do SUS, a um salário mínimo injusto, à especulação imobiliária que expulsa paulatinamente as famílias pobres para as periferias das periferias das regiões metropolitanas.
4) Violência do poder religioso, que, de forma fundamentalista, proselitista, segundo os ditames da Teologia da Prosperidade, usa e abusa do nome de Deus para lucrar, lucrar.
5) Violência que tem jogado centenas de pessoas nas ruas de todo o Brasil, sem as possibilidades mínimas de acesso a moradia e demais direitos fundamentais, submetidas aos mais terríveis crimes.
6) Violência da Política econômica neoliberal (neocolonial) que desde Collor de Melo, passando por FHC, Lula e agora com Dilma Rousseff suga da classe trabalhadora grande fatia do orçamento do país e repassa para uns poucos banqueiros gigantes para pagar os juros da dívida pública, asfixiando, assim, o SUS, a educação pública e adiando indefinidamente a realização de uma Reforma Agrária Popular.
7) Violência da polícia que continua torturando milhares de jovens negros e empobrecidos diariamente pelo Brasil afora.
8) Violência do sistema penal e carcerário brasileiro que, como campos de concentração, subtraem muito mais do que o direito de ir e vir e impõe castigo os presos pela superlotação dos presídios, pelas condições degradantes e desumanas das prisões.
9) Violência escondida e subliminar das propagandas televisivas que seduzem de crianças a idosos reduzindo o ser humano a mero consumidor de mercadorias, muitas delas supérfluas e inúteis. É a idolatria do mercado e do capital.
10) Violência da injustiça social que sustenta um déficit habitacional acima de 7 milhões de moradias, condenando, por isso, milhões de famílias à cruz do aluguel e à humilhação que é sobreviver de favor.
11) Violência virtual que incita a violência real. Refiro-me à violência dos jogos de vídeo games, dos filmes que fazem apologia da violência, das reportagens sensacionalistas.
12) Violência social que, em grande parte é fruto de todas as violências listadas, acima.
Enfim, quem de fato e em última instância gera violência no Brasil? Paulo Freire, na Pedagogia do Oprimido, diz que a classe dominante adora chamar os violentados de violentos quando os oprimidos ousam levantar a cabeça e, de forma organizada e coletiva, se rebelam contra o sistema que os violenta. Colocar panos quentes em cima das feridas do povo brasileiro não constrói uma sociedade de paz. Aliás, aprofunda a violência. Em uma sociedade injusta estruturalmente só a luta por justiça pode trazer mudanças reais a favor do povo. Luta que não incomoda os poderosos não é luta por justiça.
Por frei Gilvander Moreira

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

‘Funk Ostentação’


‘Funk Ostentação’
O estilo musical denominado ‘Funk Ostentação’, originado no estado de São Paulo, transformou-se em um verdadeiro fenômeno nacional idolatrado por crianças, adolescentes e jovens da periferia. Os principais personagens da história são também garotos da periferia, que, através do funk, abriram a cortina da segregação social apresentando, para os excluídos e marginalizados, as maravilhas do mundo da ostentação e exaltação da riqueza.
Se cerca de 75% dos jovens do país acessam as redes sociais pelo menos três vezes por semana, está na internet o terreno fértil para a divulgação desse estilo de vida. São videoclipes que ultrapassam os quinze milhões de acessos de um público que assiste atento ao ode ao consumo de itens de luxo como carros e motocicletas esportivos, correntes, relógios e anéis de ouro maciços, roupas e acessórios de marcas consagradas. Tudo isso regado a muito champagne e caviar.
O assassinato de um dos maiores expoentes deste estilo de vida, o jovem MC Daleste, baleado em pleno palco enquanto fazia uma apresentação na cidade de Campinas, trouxe à tona um debate que revelou um elevado grau de hipocrisia. Analistas, músicos, jornalistas e intelectuais vieram a público levantando duras críticas ao discurso de incentivo ao consumo desenfreado, apresentando que este estilo de vida levava ao mundo do crime e contravenção uma série de jovens que não teriam, devido à condição pobre, condições de adquirir bens de tão elevado calibre. Alguns até associaram os famosos ‘rolezinhos’ nos shoppings a este hipotético problema.
A burguesia cria todos os dias, através de sua cultura e da exploração, uma série de contradições sociais que acabam por depor contra ela mesma. O Instituto DATAPOPULAR apresentou em pesquisa realizada no segundo semestre do ano passado, dados que apontaram que os jovens da classe C, que não coincidentemente são predominantes nos chamados ‘rolezinhos’, têm apresentado potencial de consumo de cerca de R$129 milhões por mês. O potencial dos jovens das classes A, B e D somados chega a apenas R$99 milhões.
Sendo assim o reflexo prático do incentivo ao consumismo desenfreado se dá pelo crescimento do endividamento da população e também pela transformação da cultura dos marginalizados da periferia. Para a grande burguesia é central que essa massa consuma cada vez mais, entretanto, é inadmissível que estes se pretendam e ousem ocupar o mesmo espaço ou almejar mesmo estilo de vida das classes dominantes.
O pobre é incentivado pela cultura consumista a ter um tênis da Nike, mas é impensável que o compre no shopping da classe média. Ao passo que se é comum os filhos dos banqueiros e grandes milionários desejarem e comprarem carros que são verdadeiras máquinas ou ostentarem ternos e joias, é inadmissível que um favelado tenha os mesmos requintes ou estilo de vida. Se é branco e de tradicional família burguesa, é estilo. Se se é preto e oriundo da favela, é ostentação e incentivo à criminalidade.
O resultado de tanta hipocrisia e consumismo é uma parcela gigantesca de jovens que não se compreendem enquanto classe e que não conseguem identificar-se enquanto indivíduos, protagonistas de suas próprias histórias sem que isto esteja atrelado ao consumo, a bens e propriedades. O ‘funk ostentação’ é fruto da árvore do consumismo cultivada pelo sistema capitalista. A grande diferença é que o Sistema incentiva o consumo,mas deseja manter a segregação. Se em tese somos iguais porque somos livres para consumir, na prática, somos diferentes porque somos oriundos de classes inconciliáveis.
Raphaella Mendes